Lifestyle se traduzirmos ao pé da letra significa estilo de vida, mas se fizermos uma abordagem mais profunda vamos entender que é o modo como um grupo de pessoas vivencia o mundo. Esse grupo se comporta de determinada maneira, e mais do que isso, ele compartilha valores. Por que é importante, então, estudar o lifestyle, em se falando de moda e design? Ele é responsável por boa parte da decisão de consumo de um grupo, que constrói seu estilo de vida através, principalmente, desse consumo. Vale lembrar também que esse grupo não é estático, ele muda e se adapta. Pensando nessa linha, as grandes marcas de luxo, desenvolvem suas coleções contemplando esse mundo de globetrotters, criando não somente um produto, mas toda uma magia, um cenário. As coleções chamadas “Cruise" definem isso muito bem, os seus desfiles contam uma história, o estilo de vida de um grupo seleto, que convive em ilhas particulares, em veleiros deslumbrantes, que transitam nos castelos da Inglaterra, nas villas da Sardenha e da Grécia, nos riads particulares de Marrakech, que vivem numa distância muito curta entre penthouses nova-iorquinas às estâncias uruguaias. Consumidores que contemplam não só a beleza e a qualidade de um produto, mas também todo allure que a compra desse produto traz agregado. Na semana passada, a Chanel apresentou sua coleção Cruise 2018 trazendo modelos como jovens virgens gregas, um desfile pelas ruínas de um templo, entre colunas e capitéis: este era o cenário que transformou o Grand Palais em Paris, em uma antiga Acrópole grega dando início à uma viagem imaginária de Karl Lagerfeld. Inspirado na Grécia antiga, ele criou a estética de referência da coleção resort, uma beleza atemporal dos cânones clássicos. Ombros drapeados, motivos ornamentais de ânforas, coroas de ouro e uma triunfal reedição das sandálias gladiadoras, despertaram o desejo de todas as mulheres e fashionistas de passar seu próximo verão em Mikonos e encher sua mala de Chanel.