Nana Moraes top fotógrafa carioca, por seis vezes vencedora do Prêmio Abril de Jornalismo, ficou reconhecida pelos seus editoriais de moda e como colaboradora dos mercados cultural e publicitário e também por retratar grandes ícones do meio artístico. Nana passeou num cenário nada glamuroso para preparar o ensaio de fotos da sua nova exposição “Ausência”, em que retrata a vida real de mulheres presidiárias e a relação à distância com seus filhos a partir de imagens, recortes de cartas, colchas de retalhos e um vídeo. A mostra abre ao público, nesta quarta-feira (7/6) no Centro Cultural dos Correios no Rio e Janeiro, como parte da programação do FotoRio. Foram quatro anos de negociação, a fotógrafa fez 15 visitas ao Presídio Nelson Hungria, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, onde, primeiro, fotografou com luz natural as detentas, usando um céu plotado como recurso. Depois, enviou esta série para as famílias. Das 17 mulheres fotografadas, Nana recebeu autorização de seis famílias. Uma das personagens é mãe de dois meninos e duas meninas, dos 18 aos 24 anos. Ela foi capturada em trânsito por tráfico de drogas. Os filhos moram no Paraná. Nana foi até eles. Nana pesquisou uma técnica chilena e criou colchas de retalhos para representar as histórias. Ela própria bordou palavras pinceladas das cartas como “saudade”, “perda”, “ausência”. O mesmo fez com as fotos, na tentativa de preservar a identidade das crianças. Imperdível!
"Ausência"- Centro Cultural Correios / 7 de junho a 6 de agosto
Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro / Rio de Janeiro