Azzedine Alaïa: "Je suis couturier" é uma grande homenagem ao designer que morreu repentinamente em novembro de 2017. Existe um poder imenso na exposição do trabalho de Alaïa, que encantou o mundo por quase quatro décadas. Num momento em que a moda está em uma crise febril de mudança, é importante entender o que o designer tunisino representava. A visão de Alaïa da roupa ao longo das décadas foi radicalmente diferente ao que a indústria fashion simboliza atualmente, caminho oposto das ‘tendências’, a exposição representa a constância na criação, a essência do trabalho de Alaïa. Nas palavras do designer: "Eu gosto das roupas quando são lindas e atemporais, não quando estão cheias de detalhes, ornamentos e cores que envelhecem prematuramente. Os mais simples são os mais difíceis de criar. A exposição, inaugurada nesse domingo (22/1) em Paris, segue até 10 de junho, na 18 Rue de la Verrerie, na galeria no Marais, adjacente ao estúdio do designer e boutique histórica. Com curadoria de Olivier Saillard, a mostra apresenta mais de 40 criações que datam de 1981 até o presente. Uma das peças icônicas é o vestido preto longo com ombros pontudos e listras em prata que Naomi Campbell usou para fechar o desfile de Alaïa em julho, momento que marcou seu retorno ao calendário de alta costura após uma ausência de seis anos. Saillard (ex-diretor do museu da moda no Palais Galliera) disse que decidiu focar principalmente em vestidos preto e branco para compartilhar a qualidade atemporal da obra de Azzedine, assim como enfatizar a dimensão escultural de suas criações. Cada vestido é exibido contra uma meia concha de alumínio que banha as criações em um halo de luz suave. Não há cronologia, intencionalmente, porque Azzedine sempre disse que uma peça poderia viver por várias estações.
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